4 de agosto de 2011

Quinua, A semente Da Vez!

         Há um novo grão no mercado, que também pode ser encontrado em forma de farelo e farinha, a Quinua, um ingrediente importante à saúde. Riquíssima em proteínas e adaptável aos solos mais pobres, é considerado o ¨alimento perfeito¨ pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
         Descoberto pelos incas da Bolívia e do Peru há 8.000 anos, o cereal tem valor nutritivo comparável ao leite materno. ¨As sementes podem ter o dobro da quantidade de proteínas da maioria dos vegetais, com melhor qualidade¨, explica o pesquisador Carlos Spehar, 58, da Embrapa Cerrado, um dos responsáveis pela chegada da Quinua ao país.
         Na década de 70, quando fazia pós-graduação em genética vegetal nos EUA, Spehar conheceu as propriedades do cereal e decidiu trazê-lo ao Brasil. Mas só há poucos meses percebeu o interesse dos brasileiros pelo alimento. ¨Quase todos os grãos eram importados da Bolívia. Mas, agora, a busca pela alimentação saudável está incentivando a produção nacional

Indicações

         Apesar de pouco conhecida no mercado brasileiro, a Quinua já conquistou a confiança dos nutricionistas. A terapeuta alimentar Gabriela Marques, 26, costuma recomendar o consumo.
         O público-alvo são os atletas ( pela grande quantidade de aminoácidos e pelo baixo colesterol), as mulheres ( por conter fitoesttógenos, que ajudam a amenizar os efeitos da menopausa) e as pessoas intolerantes ao glúten, os celíacos. ¨A Quinua, apesar de altamente protéica, não possui glúten. È ótima para substituir o trigo em pão, macarrão, biscoitos e farinhas¨, analisa. A nutricionista lembra ainda que a Quinua é rica em lisina, aminoácido que ajuda a fortalecer a imunidade e melhora a memória.
         Chefs de São Paulo descobriram a quinua e criaram pratos diversificados utilizando o cereal andino. No restaurante Carlota ( centro), o mignon de vitela com cuscuz real e abobrinha grelhada, que leva Quinua, é um dos mais pedidos. O Joe & Leo´s ( zona oeste) faz um hambúrguer de quinua. No restaurante Sabuji (zona oeste), os destaques são o lagostim com Quinua e a salada de Quinua com tomate-cereja, queijo de cabra e pesto.

Origem

         A Quinua é originária da região dos Andes. Há registros de que os Incas a utilizavam antes da descoberta da América. O declínio do seu cultivo coincide com o início da colonização espanhola, quando a cevada foi inserida na alimentação. Esse período marca também, a queda na qualidade da dieta alimentar da população local, explicada pelo maior valor protéico da Quinua, em relação à cevada.
         A Quinua ( Chenopodium Quinua) é da família do espinafre. Na alimentação humana e animal podem ser aproveitados tanto os grãos como toda planta. Considerada um pseudo-cereal, possui valor biológico de proteína comparável ao da caseína do leite. (Abr)
     
         Interessante Para Esportistas, Alérgicos Ao Glúten ou Amantes De Uma Alimentação Saudável

         A Quinua é um alimento de alto valor nutricional devido aos aminoácidos essenciais presentes. Os aminoácidos essenciais são aqueles que nosso corpo não produz e por isso devem vir da alimentação. As principais fontes desses aminoácidos são alimentos de origem animal, daí as proteínas animais serem consideradas proteínas completas e de alto valor biológico. Ao optar por fontes protéicas de origem vegetal e de alto valor biológico como a Quinua, existe a vantagem de não aumentaros a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, presentes nas fontes aimais e relacionadas ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares.
         A Quinua é interessante para esportistas pelo alto teor de carboidratos (amido), principal substrato energético utilizado na prática esportiva, e também pelos aminoácidos essenciais que são importantes para o sistema imunológico, formação de músculos e recomposição de fibras musculares rompidas durante os exercícios. Além disso, pode ser considerada boa fonte dos seguintes minerais:

Magnésio – participa da produção de energia, da contração muscular, da manutenção da função cardíaca normal e da transmição dos impulsos nervosos.
Potássio – importante no controle da pressão arterial, nas contrações musculares, na saúde das artérias e na manutenção dos líquidos celulares.
Zinco – aumenta a ação de enzimas que combatem os radicais livres, fortalece o sistema imunológico, retarda o envelhecimento e favorece o crescimento e fortalecimento dos cabelos.
Manganês – importante para a saúde dos tendões e ossos.

         E fornece também as seguintes Vitaminas:

Tiamina – atua na produção de energia, no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Favorece a absorção de oxigênio pelo cérebro e auxilia o funcionamento do Sistema Nervoso. Possui papel importante nas funções relacionadas com memória e cognição. È também indicada no tratamento da TPM ( cólicas e dores nas mamas).
Riboflavina – importante para a integridade dos tecidos e protege contra lesões oxidativas.
Niacina – atua na obtenção de energia e no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos. Aumenta a habilidade dos glóbulos vermelhos de carrear oxigênio.
Ácido Pantotênico – essencial na produção de energia pelas células.
Alfa-Tocoferol (vitamina E) – tem ação antioxidante e interrompe as reações em cadeia dos radicais livres que danificam as células. Atua na manutenção do tecido epitelial e previne danos nas membranas celulares.

         A Quinua sozinha não promove milagres, mas fazendo parte de um plano alimentar equilibrado pode, por exemplo, auxiliar vegetarianos restritos atingirem suas necessidades protéicas diárias. Entretanto, ª
         Outra vantagem da Quinua é que ela é isenta de glúten e pode ser consumida pelos portadores de doenças celíaca. Os celíacos têm intolerância a alimentos elaborados à base de trigo, amido de trigo, centeio, cevada, triticale e aveia. Ao consumirem esses alimentos são acometidos de forte diarréia que pode levar a uma desnutrição generalizada. A Quinua é uma alternativa para os celíacos.



Lúcia Moura Cardoso – Nutricionista Clínica Funcional e Mestre em Psicologia Social (Escrito em 28/09/2005)

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